Diário de Bordo

Fomos à Baixa! Sábado de manhã, como previsto, percurso entre a Alta e a Baixa de Coimbra. Quatro, que afinal foram cinco…paragens em lojas por nós seleccionadas. De comum a todas elas? O espírito inovador, a criatividade, a simpatia e a qualidade do serviço prestado. Flores, ilustrações, gelados, vinhos, queijos… Entre uma pregadeira com apontamentos outonais oferecida a cada um dos participantes (Arte&Flor), uma ilustração inspirada pelo vinho, assinada pela artista Márcia Santos (“Ilustração ao Vento”), um gelado com espumante da Bairrada, criação exclusiva para “O Mundo do Vinho, absolutamente surpreendente, aromático e que todos entusiasmou pelo seu original sabor, agora disponível para o público (Gelataria COSÌ), uma degustação selectiva de queijos, harmonizada com um inspirado cocktail (com vinho moscatel e espumante, entre outros ingredientes), que fizeram as delícias dos presentes (Queijaria de Coimbra), prova(s) de vinho do Porto nas suas variantes branco, rosé, tinto…acompanhada da explicação sábia de Paulo Bela (Mercearia “A Camponeza”), sempre o vinho como elo de ligação.

Foi no acolhedor Centro Cultural Penedo da Saudade, esta sexta-feira dia 18, que teve lugar a anunciada conversa sobre “Vinho e Sustentabilidade”. Com a presença do produtor de vinhos em modo de produção biológico certificado, José Perdigão, aprendemos sobre alguns detalhes que fazem a diferença para que o vinho seja considerado “amigo do ambiente”. Começando pela instalação da própria vinha com a escolha da melhor orientação solar, ventos dominantes, o relevo e consequente drenagem das águas subterrâneas ou pluviais, o apoio de uma arborização modelo.

O Museu do Vinho Bairrada foi uma agradável descoberta para o grupo de visitantes. Surpreende pela exaustiva mostra das diferentes fases de produção do vinho, bem documentadas através de elucidativos textos, suporte de imagem e exibição de objectos e equipamentos vários, numa montagem apelativa e fácil de acompanhar, com a ajuda da nossa competente guia. Oportunidade ainda para apreciar algumas colecções privadas ao longo do percurso expositivo, doadas por particulares, nomeadamente a de “Canjirões”, peças de faiança, de diferentes tamanhos e com motivos diversos.

Num final de tarde solar, no magnífico cenário do Jardim Botânico, iluminaram-se 16 cubos de razoáveis dimensões, que apresentam 80 imagens da autoria de 19 fotógrafos. Um passeio pela região do Douro, com o seu património, gentes, paisagem vinhateira, trabalho da vinha e outras culturas, arquitectura, vinificação, tradições e festas populares. No crepúsculo do dia, a prometida viagem pelo douro vinhateiro ganha luz , num conjunto de imagens que assinalam a primeira exposição nocturna na história do Jardim Botânico em 247 anos da sua existência.

Degustações e provas várias, numa informal aprendizagem de harmonização de vinho com comida. Entre seis gostos básicos do paladar humano, umami, salgado, ácido, doce, amargo ou picante, experimentaram-se diferentes combinações com vinhos e elegemos aquelas que melhor despertaram os nossos sentidos. Conduzidos pelo saber e competência do enólogo José Miguel Meneses de Almeida, com a eficiente assistência do escanção Joaquim Cabral e a criativa colaboração do Chef Emanuel Faria e dos alunos da Escola de Hotelaria, tivemos o privilégio de um final de tarde com aromas, sabores e sensações que nos trouxeram agradáveis descobertas e surpreendentes revelações.

E assim começou a 2ª edição de “O Mundo do Vinho”! 8 de Outubro foi dia de inauguração da exposição de fotografia. Georges Dussaud revela-nos o seu Douro, numa mostra com 16 imagens: rostos e gentes que trabalham uma terra dura e difícil. Fotografias poderosas e intensas para serem vistas até 10 de Novembro, no Museu Nacional Machado de Castro (excepto de 22 a 26 de Outubro). Na mesma sala, em exibição permanente, o interessante filme documentário “O Ciclo da Vinha”, de Vítor Bilhete.