Diário de Bordo

“Porque gostamos dos vinhos de que gostamos?” A pergunta desde logo deixa-nos curiosos. Afinal, como é que o gosto se define? Sabemos que é o resultado de muitas variáveis, fisiológicas e psicológicas. E que estas não são estáticas, antes evoluem no decurso do tempo, espelho afinal da nossa transformação interior e das experiências que vamos acumulando ao longo da vida. Através de alguns exercícios, experimentámos três etapas para melhor conhecer o vinho: ver, cheirar e provar.

“Porque gostamos dos vinhos de que gostamos?” A pergunta desde logo deixa-nos curiosos. Afinal, como é que o gosto se define? Sabemos que é o resultado de muitas variáveis, fisiológicas e psicológicas. E que estas não são estáticas, antes evoluem no decurso do tempo, espelho afinal da nossa transformação interior e das experiências que vamos acumulando ao longo da vida. Através de alguns exercícios, experimentámos três etapas para melhor conhecer o vinho: ver, cheirar e provar.

Foi um privilégio para todos os presentes escutar a comunicação de Pedro Miguel Ferrão, no Museu Nacional de Machado de Castro. Com notável mestria e saber, o orador conduziu-nos numa viagem pela história da arte. O vinho, protagonista simbólico das representações artísticas exibidas ao longo da sessão, surge como símbolo fundamental do ritual e da vivência religiosa do cristianismo, dádiva de Deus como sinal de abundância, de alegria e de beleza e também como um potenciador de convívio.

Não sabemos se foi por vontade de Deus…mas o final de tarde excepcionalmente acolhedor permitiu que o “Sicó de Honra” decorresse no pátio exterior do museu, testemunhado por um pôr de sol magnífico. Aguardava-nos numa sala interior a exposição de fotografias de Jorge Prata, intitulada “Revelações”: observação criativa e poderosa do conjunto escultórico “A Última Ceia”, de Hodart, cujas personagens se revelam numa outra dimensão e se descobrem com vida própria.

“O Vinho é uma marca cristã certificada pela fé”. A conversa fluiu naquele final de tarde solarengo. Diálogo enriquecedor, protagonizado pelos nossos ilustres convidados, Padre Nuno Santos e Prof. Dr. João Maria André, com a participação de um público numeroso e interessado. O Vinho e a Vinha marcam presença no texto da Bíblia em mais de cinco centenas de referências. Fala-se de Alegria, Festa, Sensualidade. Mas também de um sentido ético do vinho: sem interdições ou condenações, prevenindo os excessos e premiando a moderação, recomendando a sua restrição a determinadas profissões.

Edgardo Pacheco, jornalista e crítico gastronómico, perguntava num artigo recentemente publicado, “Que vinhos provados nos últimos dias nos obrigaram a pensar? Que vinhos foram provados num dia e regressam à nossa memória dias ou semanas depois? (…)”. Os Vinhos de Lisboa e os Vinhos Terras de Sicó, que se fizeram representar nesta 4ª edição, de 3 a 16 de Outubro, em Coimbra, deixaram muito boas impressões e a vontade de a eles voltar brevemente, para mais momentos de prazer e partilha.