Diário de Bordo

Na acolhedora e familiar sala do Restaurante Casas do Bragal, encerrámos a 4ª edição de “O MUNDO DO VINHO”, com um jantar vínico muito animado e que agradou todos os presentes. A escolha criteriosa dos Vinhos de Lisboa, previamente apresentados pelo enólogo José Miguel Meneses de Almeida, a cuidada e deliciosa ementa preparada para esta ocasião por Manuela Cerca e os fados que se ouviram ao longo da noite pela voz de Pedro Moutinho, acompanhado dos músicos Tiago Silva e André Dias, fizeram desta noite um momento especial que deixou grata memória e afirmou a qualidade do programa de “O MUNDO DO VINHO”.

Ao longo de hora e meia tirámos as dúvidas (caso alguma ainda restasse…) à questão desafiadora colocada, ponto de partida para uma das sessões mais participadas do programa e que decorreu na emblemática sala “Janelas do Mondego”, na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, onde fomos assistidos pela competente “equipa” de alunos dirigida pelos professores Mário de Sá e Carla Tavares. As estrelas da tarde, Vinhos e Chocolates, revelaram-se num jogo feliz de harmonizações, entre uma cuidada escolha de Vinhos Terras de Sicó e os melhores chocolates Cacao di Vine, com destaque para a sua irresistível Wine Collection.

Foi este o mote para a apresentação de Pedro Miguel Ferrão: a representação do vinho na História da arte, enquanto sinónimo de bem-estar e iluminação espiritual, congregando certas comunidades na sua multiplicidade sociocultural. Na sala do Museu Nacional de Machado de Castro que exibe os desenhos de Paula Rego, da série “O Vinho”, assistimos a uma cativante e concorrida sessão que prendeu o interesse de todos, observando como a História da arte ilustra a importância das cerimónias em que o vinho devolve à humanidade um certo sentido de alegria, manifestando-se em festas que regulam etapas da nossa vida, como sejam a comemoração de aniversários, de batismos, de casamentos, das colheitas do campo ou de solenidades religiosas e rituais de outra natureza, momentos únicos que assinalam datas específicas no devir do calendário.

A tarde estava convidativa, com o sol de Outono por companhia. No exterior, rodeados pelo verde da Quinta das Lágrimas, Rui Damasceno interpretou o conto “O Vinho”, escrito por João de Melo. Dirigido por Helena Faria, o actor deu corpo à personagem principal, revelando segredos e fragilidades da alma e da dor humana, numa narrativa em que a bebida se associa a um outro compromisso com a vida: um modo de despertar que se traduz numa nova liberdade.

Numa manhã esplendorosa de Outubro, à beira da piscina da Quinta de São Jerónimo, assistimos a um show cooking que cativou desde o primeiro minuto a atenção e o interesse de todos os presentes. Com invejável mestria, agilidade e competência, Vera Ferraz partilhou com os participantes as suas criativas receitas, de um modo “didático” e descontraído, com sugestões e recomendações para a obtenção de um resultado final perfeito. À medida que os aromas se libertavam, crescia a expectativa e a curiosidade em provar os Croquetes de alheira com compota de cebola e os Rolinhos de maçã e canela.

Sábado de manhã, dia 9, o destino foi Alcobaça e o pretexto a visita ao Museu do Vinho, instalado na antiga Adega do Olival Fechado. Guiados pelo seu Director, Alberto Guerreiro, percorremos a maior colecção nacional vitivinícola em contexto museológico. Aqui encontramos verdadeiras relíquias, integradas no espólio agro-industrial do vinho mais completo do país e que ultrapassa as 10.000 peças, resultado da acção e visão do seu fundador, Manuel Augusto Paixão Marques.